Retrato Social


            O modelo de sociedade do século XX desmistificou sonhos e ideais. A quebra de ideologias, forçosamente acabou com esperanças utópicas, de uma construção igualitária e justa de civilização. 
            O legado para o século XXI é de individualismo, relações supérfluas e o culto exacerbado pela perfeição corporal, as aparências e a valorização compartimentada das ciências. O resultado é um planeta vitimado pela epidemia do domínio, doente crônico da indiferença, com milhões de milhas desmatadas, oceanos melancólicos e revoltosos diante da morte de seus cidadãos sufocados, pela sujeira oriunda de um desenvolvimento não sustentável.
            Não acaba na natureza a triste herança dos séculos passados, os indivíduos padecem trimendicionalmente. Em um lado atuam, como deuses empreendedores dos castelos do ter: dinheiro, poder, fama. De outro representam um distinto grupo, que tentam manter a esperança e fazer diferença frente à indelicadeza do padrão social atual. E o terceiro lado, como no passado histórico, seguem desprovidos de qualquer sonho, acostumados com a dor da indiferença e de promessas de um novo amanhã.
            O retrato trágico da natureza, em meio aos reclames manifestos nos fenômenos, que devastam cidades e retrato trágico da sociedade, com homens e mulheres que lutam pela sobrevivência; outros tantos que ainda sonham e constroem um sentido de ver o mundo, fundamentado na consciência da Lei do Retorno, na capacidade de cativar o outro, como bases para sedimentar relações sociais plenas.

Rosicler Fátima Tomaz Pereira Schäfer

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