AFRONTA A INTELIGÊNCIA

Passar uma borracha em um caso que não mereceu qualquer consideração, é uma tarefa difícil, para quem tem caráter, sentimentos e amor próprio. A verdade, é que a vontade é de dizer olhando nos olhos, o quanto a presença do indivíduo foi enganosa, que pedir perdão, por ter tomado o seu tempo, é no mínimo uma grande ofensa, afinal, ninguém que seja digno, envolve-se com outra pessoa, para passar tempo.

Assim, pedir perdão pelo tempo perdido, é uma afronta a inteligência, é uma sensação que causa uma ânsia, e uma espécie de nojo por ter partilhado momentos; que de sua parte houve atenção, respeito e consideração; mas da outra parte apenas tempo para mentir, dissimular, sugar sentimentos, diminuir a autoestima.

Não tem como passar uma borracha, quando você é uma pessoa transparente e verdadeira, e que tem por como ideal: “O não magoar, não ferir, não mentir”. E o que fazer? Deletar, é como tentar passar a borracha, não apagará da sua mente o infortúnio, de ter convido com alguém profundamente egoísta, narcisista, com o olhar sorrateiro, sempre arquitetando como fazer para dar o golpe do adeus, e ainda, como um ser rastejante no seu cômodo mundo egocêntrico, afirmar que o seu estilo é que não tem jeito. Terrível pois, um indivíduo assim é covarde, incapaz de saber o significado de honra.

Sem dúvida, ninguém deve ficar com outra pessoa se não há sentimento, porém, deve ter dignidade de dizê-lo e assumir a sua decisão, e não agir com indiferença, e falsamente pedir perdão, qualquer atitude, adotada unilateralmente e egoisticamente, não é uma questão de perdão para a pessoa que, honra a sua condição humana, a questão é de indignação pelo egoísmo, falta de caráter e a capacidade monstruosa de magoar sem a menor necessidade.

O fato permanecerá um tempo, e o perdão é um ato generoso e que deve-se dar aos indivíduos honestos, de coração manso e de uma capacidade humana de errar e não para pseudos seres que tem só a vivacidade de narcisar.

Rosicler Fátima Tomaz Pereira Schäfer