POESIA: AMOR
AMOR
Todo o poeta ama, sofre as armadilhas
da noite, o pânico e o terror da
solidão.
A dúvida de quem ama é ser ou não amado.
Dizem
que os deuses em vida amam,
sem
nada pedir em troca. Será que os
poetas
são como esses deuses?
A carne é humana, mas e a alma?
Cigarro, uísque, solidão
companheira.
E o amor? Esconde-se nos trilhos da
vida, nos perfis online?
Quando se ama o desejo de posse
é o xis, a liberdade dá medo.
O tempo parece eterno, mutila a
alma,
assombra
a razão. No ato do amor,
a
identidade é apenas o medo de ficar só.
O poeta Drummond disse:
“Quero que me digas, de cinco em
cinco
minutos,
que me mas, do contrário
evapora-se
a amação [...]”
E o
amor morre assim: com o tempo que se
perde,
sem dizer aquilo que o outro quer ouvir:
EU TE AMO.
Rosicler Fátima Tomaz
Pereira Schäfer
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